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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Goiânia.


Essa semana quero homenagear minha cidade.

Dia 24 de outubro é aniversario de Goiânia, cidade que têm muitas
Arvrona, pit dogs e queijim. Tudo aqui nessa cidade e bão de mais!
Eu Amo Goiânia e se um dia você vier visitar minha terrinha não esqueça de consultar o dicionário goianês para  poder usufruir de toda a simpatia do povo goianiense, entendendo tudo que ele diz! Rsrsrsrsrsrs!




Tem base eu uma goianiense ta colocando aqui no meu blog um glossário do nosso vocabulário feito por um brasiliense! Mais sabe que o barriga verde é até bão!

Obs.: Os verbetes abaixo servem para todo o estado de Goiás.


Deixa eu te falar – Com a variação Ow, deixa eu te falar. Introdução goiana para um assunto sério. Nunca, mas nunca mesmo, chegue para um Goiano falando diretamente o que você tem que falar. Primeiro você tem que dizer ow, deixa eu te falar, para prepará-lo para o assunto. Em Goiás você precisa seguir o ritual de uma conversação. Ex.: “E aí, bão? E o Goiás, hein? Perdeu! Tem base? É por isso que eu torço pro Atlético. Oww, deixa eu te falar, lembra aquele negócio que eu te pedi…” A forma abreviada é te falar.


Deixa eu te perguntar – A mesma coisa que deixa eu te falar, mas usado, obviamente, quando você vai perguntar algo.


Chega dói – Chega a doer. Ex.: Deixa eu te falar, essa luz é tão forte que chega dói a vista. Na verdade essa forma pode ser usada com quaisquer outros verbos combinados com o verbo “chegar”. Ex.: chega arranha, chega machuca, chega engasga.


Chega doeu – Chegou a doer, ou seja, o passado de chega dói.
Nota do Gump:
Muita gente não entendeu o porquê desse verbete no passado se já se usou o verbete no presente; afinal tratar-se-ia de conjugação verbal simples, não é mesmo? Mas a fato é que quando existe uma conjunção verbal, é o verbo auxiliar (chegar) que determina o tempo da conjunção. No Goianês é diferente. É o verbo principal que é conjugado.


Uai – Palavra que normalmente não tem sentido, mais ou menos como o tchê do gaúcho. Usado normalmente em respostas. Ex.: Pergunta: Goiano, você vai à festa hoje?; Resposta: Uai, vou!.
Nota do Gump:
Dá impressão que o
uai é parecido com o usado em outras regiões. Mas o muitas vezes é usado no caso de a pessoa achar a pergunta estranha. Cheguei a me revoltar bastante com o uso do “uai” nas frases quando vim pra cá, pois achava que as pessoas estavam insinuando que eu estava perguntando alguma idiotice. Só depois aprendi que as pessoas falam uai por falar.


Encabulado – Impressionado. Ex.: Estou encabulado que você nunca tenha ouvido alguém falar ‘chega dói’ antes.
Nota do Gump:
Também fiquei impressionado (ou encabulado, em goianês) com a quantidade de gente que não entendeu esse verbete aqui. Chegam a colar a definição do dicionário, como que querendo provar que a palavra existe! Mas a palavra existe mesmo, eu nunca disse que não! Só não tem, no dicionário, o sentido usado no Goianês. Isso é igual explicar piada! :-)


Bão? – Goianês para “Tudo bem?” Também é usada a forma bããããão?


Tá boa? – Goianês para “Tudo bem?” usado para mulheres. Em outras regiões do Brasil seria interpretado de outra forma…


Bão mesmo? – É comum usar o “mesmo?” depois de coisas como “e aí, tá bom/bão”, como se pedisse uma confirmação de que a pessoa tá bem e não apenas fingindo que está bem.


Piqui – Pequi, fruto típico de Goiás, bastante usado na culinária Goiana.


Mais – substituto goiano da conjunção “E“. Ex.: Eu mais fulano estamos no Goiás.


No Goiás – Em Goiás.


Na Goiânia – Em Goiânia.


Pit Dog – Uma espécie de filho bastardo de uma lanchonete com uma barraquinha de cachorro-quente. Apesar desse nome estranho, os sanduíches são muito bons!


Queijim – Rotatória.


Tem base? – Expressão tão goiana que existe até em slogan impresso em bandeiras e camisetas exaltando o estado: “Sou goiano. Tem base?”. Pode ser traduzido como “Pode uma coisa dessas?”, só que usado com muito mais frequência.





Mandruvá: Mandorová.



Coró – mesmo que mandruvá, segundo meus tutores de goianês.



Dar rata – Algo como cometer uma gafe. Ou seja, dar rata é o goianês para “fazer gumpice



Calçada – Pode significar: 1. Lugar para estacionar carros; 2. Local onde se colocam as mesas dos botecos e restaurantes. Note que não existe em Goiás calçada no sentido de lugar para pedestre, pois não sobra espaço para pedestres entre os carros e as mesas.Nota do Gump: Ok, essa foi uma reclamação minha. A única de verdade. Nada contra os botecos. É muito agradável aproveitar o clima gostoso que faz à noite por aqui sem ser no lado de dentro de um bar. Mas que fique um espaço pro pedestre, né? Ter que ir pro meio da rua porque a calçada está tomada por bares e carros (nesse último caso, não tem desculpa!) é phodda.



Anêim – Algo que parece ter vindo de “Ah, não!“, que virou “Ah, nem!” Mas às vezes é simplesmente usado na frase com um sentido de desagrado. Quando vejo escrito por aí, vejo o povo escrevendo “anein“, “aneim“, “anêim” e outras variantes. Ex.: se eu ia viajar com a turma e de repente não posso mais, alguém exclama: “Anêeeim, Gump! Que pena!



Arvre – Árvore (isso me lembra “As arvres somos nozes”)



Arvrinha – Árvore pequena.



Arvrona – Árvore grande.



Madurar – Amadurecer.



Corguim – Lê-se córrr-guim. Diminutivo de corgo.



Corgo – Lê-se córrr-go. Córrego.



Quando é fé – Algo como de repente, ou até que. Ex.: “Estava no consultório do dentista, ouvindo aquele barulhinho de broca, e quando é fé sai um menininho chorando de lá.



Num dô conta – Pode ser traduzido como Não consigo, Não sei, não quero, não gosto, etc. No resto do país, não dar conta é usado mais no sentido de “não aguentar”. Por exemplo: Não dei conta do recado, ou Não dou conta de comer isso tudo sozinho. Já aqui em Goiás é usado para quase tudo. Ex.: Num dô conta de falar inglês (“não sei falar inglês”); Num dô conta de continuar em Goiânia nas férias (“Não quero/não aguento continuar em Goiânia nas férias); Num dô conta de imprimir usando esse programa (“não sei imprimir usando esse programa”).



De sal – Salgado. Ex.: Pamonha de Sal. (Eu jurava que era de milho… dãã)



De doce – Se “de sal” é salgado, então “de açúcar” é doce, certo? Errado! Em Goiás as coisas não são doces, elas são de doce.



Caçar – Procurar. Goiano não procura, goiano caça. Ex.: “Estive te caçando o dia inteiro“. “Não sei onde está, mas vou caçar esse papel para você.”



Trem – Qualquer coisa pode ser chamada de trem, inclusive um trem. Ex.: “Ôôô trem bão!” (ô, coisa boa!) Já ouvi até mesmo a seguinte declaração de amor: “Te amo, Trem!“.



Demais da conta – Em Goiás, deve-se evitar utilizar a palavra “demais” isolada. A forma correta é “demais da conta”. Ex.: “Gosto disso demais da conta!“. “Conheço a região demais da conta!



Custoso – Essa quem lembrou foi a Daniella, nos comentários. Na definição dela significa teimoso. Também ouço como se fosse algo que dê trabalho. “Esse moleque é custoso demais da conta!



Barriga-verde – como já ouvi aqui em Goiás, “pra baixo de São Paulo todo mundo é gaúcho”; portanto o termo barriga-verde nada tem a ver com o usado no sul, que significa “catarinense”. Barriga-verde aqui é um novato, alguém que ainda está “cru” numa determinada coisa.



Disco – Um tipo de salgado frito.



Voadeira – Voadora (o golpe, agressão).



Ou quá? – Algo como “ou o quê?”. Ex.: “Você vai sair com a gente ou quá?”



Vende-se este – Aqui em Goiânia é muito mais comum ver placas dizendo “Vende-se Este” colada num carro, do que simplesmente “Vende-se“. É como se quem escreveu pensasse “vende-se? Vende-se o que?“, mas também ficasse com preguiça de escrever “Vende-se este carro“. Fica o meio termo.



Final de tarde – Sabe aquela mania chata das propagandas de uma marca de cerveja de tentar mudar a quarta-feira para Zeca-Feira e o Happy Hour para Zeca-Hora? Pois é, ao menos o Happy Hour já foi aportuguesado por aqui. Chama-se “Final de tarde“, e na prática é o happy hour: você sai do trabalho e vai tomar uma com os amigos. Acompanha espetinho e feijão tropeiro, é claro!



Fi – Creio que vem de “Filho”, é usado no fim da frase, como se fosse um “tchê” gaúcho ou um “meu” paulista. Ex.: “Esse é o melhor, fi!“, “Nossinhora, fi! Bão demais da conta!“.



Coca Média – Refrigerante médio é o de garrafinha de 290ml. Ou seja, o menor que costuma ser vendido em restaurantes. Nota do Gump: Na última vez em que estive em Curitiba pedi uma coca média, por costume adquirido em Goiânia, e a mulher ficou me olhando sem entender. :)




Por Christian ( brasiliense. Afff! rsrsrs! )

Um comentário:

  1. Sou uma verdadeira barriga-verde! Mas com vontade imensa de conhecer Goiânia. Terei que estudar um bocado. De tudo aí de cima só conhecia o mandruvá (é mesmo uma espécie de taturana?)
    Beijo. Adorei. Parabéns à bela cidade!

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